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O Parque

O PNTI, com uma área de cerca de 26 490 ha, localiza-se na zona Este de Portugal, na região tradicionalmente conhecida por Beira Interior Sul, integrando-se na região estatística NUTS III Beira Baixa.
Localizado no distrito de Castelo Branco, integra parcialmente o território de nove freguesias dos municípios de Castelo Branco (Castelo Branco, União das freguesias de Cebolais de Cima e Retaxo, Malpica do Tejo, Monforte da Beira), de Idanha-a-Nova (União das freguesias de Idanha-a-Nova e Alcafozes, União das freguesias de Monfortinho e Salvaterra do Extremo, Rosmaninhal, União das freguesias de Zebreira e Segura) e de Vila Velha de Ródão (Perais).
Embora nenhum aglomerado populacional se localize no interior do PNTI, verifica-se que o limite do mesmo contorna as seguintes localidades: Lentiscais, que faz parte do município de Castelo Branco, e Cegonhas, Couto dos Correias, Soalheiras, Segura e parte de Salvaterra do Extremo, no município de Idanha-a-Nova.

O Parque Natural abrange o vale do troço fronteiriço do rio Tejo, os vales confinantes dos rios Ponsul e Erges, e da ribeira de Aravil, bem como os seus afluentes, caracterizados por encostas declivosas, com afloramentos rochosos frequentes e cobertas por um matagal mediterrânico rico e diverso.

O parque engloba ainda as áreas adjacentes aos vales principais, mais aplanadas, onde se observa um mosaico diversificado, constituído por zonas seminaturais pouco intervencionadas (matos esclerófilos), montados de azinho, eucaliptais, zonas agrícolas (olival, cerealicultura de sequeiro) e pastagens.

Estes cursos de água que têm características diferentes, quer a nível do caudal, quer a nível da fisionomia. Enquanto o Tejo e o Ponsul apresentam o escoamento anual médio regular, os restantes cursos de água exibem um regime irregular e acabam por secar em certas zonas durante os meses mais quentes do verão, funcionando praticamente como ribeiras intermitentes.

A paisagem é, no geral, o resultado de uma relevante humanização, apesar de ser também relativamente diversificada, como resultado das características e da resposta que os recursos naturais foram dando ao longo deste longínquo processo de transformação. Atualmente apresenta diferentes estados de conservação, atendendo à interação entre as componentes ambientais e as humanas.

As formações vegetais caracterizam-se por uma distribuição muito relacionada com a oro-hidrográfica do PNTI. Ao longo das linhas de água os tamujais são frequentes e mais raramente, no Erges, podem observar-se os amiais. As encostas declivosas que ladeiam os cursos de água são cobertas por um matagal mediterrânico rico e diverso, com afloramentos rochosos frequentes, dominados pelo xisto e, pontualmente, granito.

Nas áreas adjacentes os cursos de água, mais aplanadas, são essencialmente cobertas por montados de sobro e especialmente de azinho, e ainda por zambujais e medronhais se encontram em bom estado de conservação.

O valor faunístico é aquele que aporta mais reconhecimento ao PNTI em termos de conservação da natureza. Este decorrer da importância das aves que nidificam ao longo dos vales dos cursos de água e nas encostas escarpadas, destacando-se como espécies mais importantes a cegonha-preta Ciconia nigra, a águia-real Aquila chrysaetos, a águia-de-bonelli Hieraaetus fasciatus, o britango Neophron percnopterus, o bufo-real Bubo bubo, o grifo Gyps fulvus e o chasco-preto Oenanthe leucura.
O PNTI desempenha igualmente um papel muito importante na conservação de outras espécies associadas ao bosque mediterrânico, onde se destaca a águia-imperial Aquila adalberti e o abutre-preto Aegypius monachus.

E, ainda, para algumas espécies tipicamente estepárias com elevado estatuto de conservação em Portugal, que frequentam as áreas de planalto abertas contíguas às encostas, sendo o único sítio em Portugal onde ainda se pode encontrar o cortiçol-de-barriga-branca Pterocles alchata.
Os cursos de água que integram o PNTI desempenham ainda uma importante função como corredores ecológicos e habitat fundamental para a conservação dos valores da bacia hidrográfica, salientando-se a população de cumba Barbus comizo, ciprinídeo endémico da Península Ibérica e que apresenta uma distribuição global restrita às bacias do Tejo e Guadiana.

Classificação

A classificação do Parque Natural do Tejo Internacional como área protegida (Decreto-Regulamentar nº 9/2000, de 18 de agosto), resulta essencialmente da riqueza natural que alberga, destacando-se o conjunto das arribas do Tejo Internacional, que albergam biótopos característicos das paisagens meridionais, caso das zonas de montado de sobro e de azinho e estepes

cerealíferas bem como espécies da flora e da fauna de inegável interesse.
Destacam-se, igualmente pelo elevado valor, as linhas de água com comunidades vegetais ripícolas associadas e, no domínio da avifauna, espécies estritamente protegidas por convenções internacionais.

Caracterização

O Tejo Internacional, zona que abrange o vale do troço fronteiriço do rio Tejo, bem como vales confinantes e zonas aplanadas adjacentes, é uma área de reconhecida importância em termos de conservação da natureza, nomeadamente pelos valores faunísticos que alberga e em que se destacam várias espécies estritamente protegidas por convenções internacionais, algumas das quais classificadas como espécies em perigo de extinção, outras com o estatuto de vulneráveis e outras ainda consideradas raras.

Com o abandono da terra ou a transformação do uso do solo, aliados à atual situação da agricultura, são também os valores faunísticos e florísticos existentes que são ameaçados. Dada a natureza e importância desses valores e com o objetivo de os salvaguardar, em estreita cooperação com as populações residentes, no respeito pela propriedade privada, apoiando a agricultura e as atividades agropastoris tradicionais, colaborando no ordenamento cinegético e promovendo o desenvolvimento sustentado da região, justificou-se a criação de um parque natural.

A fraca pressão demográfica existente, associada às atividades da população residente, nomeadamente aos regimes de sequeiro extensivo dos sistemas agrícolas e agrosilvopastoris, tem permitido a manutenção destes valores.

Com um povoamento concentrado, em que se destacam as sedes de freguesia e uma dispersão intercalar por escassos núcleos agrícolas constituindo montes ou arraiais, a área comporta ainda alguns aspetos interessantes de arquitetura rural tradicional e inúmeros locais de importância arqueológica.

O conjunto das arribas do Tejo desempenha um papel fundamental na conservação das espécies da flora e da fauna, juntamente com outros biótopos característicos das paisagens meridionais, nomeadamente vastas zonas de montado de sobro e azinho e algumas estepes cerealíferas.

As várias linhas de água presentes, com comunidades vegetais ripícolas associadas, constituem igualmente um importante património natural a conservar.

O Parque Natural do Tejo Internacional abrange o vale do troço fronteiriço do rio Tejo, vales confinantes e áreas aplanadas adjacentes. Cobre uma superfície de 26. 484 ha e estende-se por território pertencente aos concelhos de Castelo Branco (parte das freguesias de Castelo Branco, Malpica do Tejo e Monforte da Beira e Cebolais de Cima), Idanha-a-Nova (parte das freguesias de Salvaterra do Extremo, Segura e Rosmaninhal) e Vila Velha de Ródão (Perais).

Estatutos de conservação, legislação, ordenamento e gestão

 

Ordenamento

Paisagem e património histórico-cultura

Paisagem

A Paisagem do Parque Natural do Tejo Internacional é constituída essencialmente por montado de azinho, sobro e misto, formações ripícolas (tamujais e salgueirais), estepe cerealífera, matagal mediterrânico (azinhais e zambujais), olival de encosta e povoamentos florestais (eucalipto, sobreiro e estevais);

Atividades económicas

A economia dominante era, até há segunda metade do século XX, de cariz familiar, ligada, principalmente, à pecuária (ovinos, sobretudo) e à agricultura para  autoconsumo.
Como noutros locais da nossa geografia rural e periférica, mudanças sociais e económicas estruturais, o surgimento de novas atividades produtivas, bem como a utilização de novas técnicas de exploração, têm vindo a conduzir a um gradual abandono das práticas agrícolas tradicionais que marcam a memória etnográfica destes vastos espaços e das suas gentes.

A agricultura envolve, basicamente, duas tipologias de exploração: por um lado, um cenário de gradual abandono de um sistema de policultura tradicional desenvolvida em redor dos pequenos aglomerados urbanos, de propriedade de reduzida dimensão (com área inferior a 10 ha), ocupando 4% da Superfície Agrícola Útil mas correspondendo a um elevado número de explorações assentes nas culturas de sequeiro e no olival (74% do total); por outro lado, sistemas extensivos de produção pecuária associada ao montado, com grande propriedade (área superior a 100 ha), ocupando 87% da Superfície Agrícola Útil e com pequeno número de explorações (13% do total). 

O setor agroindustrial de pequena escala ocupa um papel fundamental na economia dos aglomerados vizinhos do PNTI. De facto, nessa cintura de freguesias rurais localiza-se atividades tradicionais com importante expressão no emprego, como sejam a produção de azeite, de queijo, de enchidos, de pão e bolaria tradicional.

O setor terciário está essencialmente associado a pequenos estabelecimentos comerciais e à prestação de serviços de cuidado pessoal, nomeadamente pela rede de centros de dia e lares da terceira idade. O turismo ocupa ainda um papel residual na economia local, estando vinculado, sobretudo, a investimentos de alojamento rural.

Património construído

Nos aglomerados urbanos existem alguns imóveis de interesse público e conjuntos edificados correspondendo à tipologia característica da zona. Os montes e arraiais, as furdas ou malhadas e outras construções tradicionais, dispersas no exterior dos aglomerados, constituem o testemunho dos sistemas agrários tradicionais.

As azenhas e os moinhos de água, construídos no leito dos cursos de água, são elementos frequentes, principalmente ao longo do rio Erges.

Os muros apiários, também conhecidos por muros de abelhas, são estruturas feitas pelas populações para proteger as colmeias da ação de predadores, como o urso-pardo, hoje extinto em Portugal. Na Península Ibérica estas construções são de pedra, definindo recintos fechados, geralmente circulares, que podem atingir alguns metros de altura, com remates virados para o exterior e portas de pequena altura. Na área do Parque Natural do Tejo Internacional ocorrem três muros apiários, a saber os muros Marmeleiro, Silha e ribeira do Vale de Lobo, no concelho de Idanha-a-Nova.

Património cultural

Do património cultural do Tejo Internacional, destacam-se alguns valores presentes nas aldeias que integram na sua área geográfica, com destaque para a Ponte Romana de Segura.

Para além das aldeias de influência do Parque Natural, Rosmaninhal, Segura, Salvaterra do Extremo, Malpica do Tejo, Monforte da Beira, Celolais de Cima e Perais e, nomeadamente no concelho de Idanha-a-Nova, podem ser visitadas duas aldeias de grande valor cultural e etnográfico: Monsanto e Idanha-a-Velha.